sábado, 28 de junho de 2014

Refletindo o texto: "O modelo dos modelos"


Comumente as Escolas tentam padronizar seus alunos, não levando em consideração suas habilidades, dificuldades e principalmente suas individualidades. Isso ocorre quando pensamos em uma única estratégia metodológica, ou na elaboração e execução de um só planejamento didático que contemple a aprendizagem de todos.

Precisamos construir valores, mudar nossas posturas e de fato pensar e fazer uma Escola para todos, que não busque padronizar o ser humano, mas aprenda a lidar e principalmente respeitar as diferenças.

Esse é o principal objetivo do Atendimento Educacional Especializado, que ainda está em processo de construção, com muitos desafios a ser superados, mas que é possível e capaz de oportunizar melhores condições de aprendizagem aos nossos alunos deficientes. 
 
Nessa perspectiva convido a todos para conhecerem e refletirem  o filme "Cordas", e conseguiram compreender melhor o significado da inclusão.
 
 

sábado, 7 de junho de 2014

Sugestões de atividades pedagógicas para alunos autistas


CADA NÚMERO NO SEU QUADRADO




O objetivo é trabalhar: 

• Cores; 
• Números; 
• Seqüência numérica; 
• Identificação dos personagens 
 

Os materiais usados: 

• Papel cartão nas cores vermelha, azul, amarelo, verde e branco; 
• Figuras de personagens (que podem ser adquiridas em revista, encarte de lojas de brinquedos e internet); 
• Bolas nas quatro cores primárias (essas bolas podem ser feitas com jornal amassado e coberto com fita colorida) 
• Velcro 
 
1-Recorte o papel cartão branco no tamanho 50cm x 50cm, essa vai ser a base (se preferir use papelão); 
2-Cada quadrado que compõe a atividade tem 2cm de altura e 7cm x 7cm de tamanho, distribuídos nas quatro cores. 
3-No fundo do quadrado cole as figuras distribuindo-as de forma que elas possam se repetir. Foi usadas figuras do Pica-pau, shrek, Xuxa, Ben 10, Era do gelo, Bob Esponja, e carros. 
4-No centro de cada quadrado na parte superior cole um pedaço de velcro, onde vão ser grudados os números. 
5-Recorte o papel cartão branco no tamanho de 2cm x 3cm, cole no verso, pedaço de velcro e na frente numere de 1 a 20. 
6-No centro do tabuleiro vai ficar um quadrado maior de 14cm x 14cm onde serão 
dispostos os números, bolas e tampas de pet. 
 
 
Desenvolvimento: 

1- Disponha a atividade para que os alunos possam explorar, visualizando-a e ao mesmo tempo chamando 
a atenção para a atividade. 
2- Peça para identificarem os personagens e se o aluno não verbaliza, neste momento aponte e fale o nome de cada personagem. 
3- Peça para colocar uma bola no quadrado de mesma cor, também pode pedir para colocar em um quadrado de um personagem específico. 
4- Com os números peça para o aluno grudá-los nos quadrados de forma ordenada. 

Explore a atividade conforme o nível do aluno. Se o mesmo não conhece os números, entregue cada número na mão dele pedindo para grudar no local indicado por você e vai identificando cada um. 
Também se preferir pode usar tampas de pet para usar nos quadrados pedindo ao aluno para significar ou relacionar o número com a quantidade.




TRABALHANDO A ROTINA 
 
Uma característica do aluno autista é a necessidade de ter segurança em sua rotina diária, para auxiliar nessa necessidade podemos montar a rotina semanal utilizando fichas / cartaz organizando a rotina diária/semanal ou até mesmo a rotina das atividades em casa do aluno Autista. 

Utilizar o sistema baseado em figuras ou fotos selecionadas de acordo com as necessidades e/ou interesses individuais. Quando o autista estabelece a associação entre a atividade e o símbolo facilita tanto a comunicação quanto à compreensão. 




Organizar o ambiente físico da sala de aula a partir de placas que tenham desenhos para indicar coisas básicas como: Ir ao banheiro, comer, beber água, um brinquedo especifico, sair de sala, etc. Essas placas devem ser trabalhadas com o aluno autista e esse com o tempo poderá se comunicar com a professora e os colegas mostrando o que quer.




COMO TRABALHAR COM A CRIANÇA AUTISTA 

DIFICULDADE
SOLUÇÃO

Não Prestam atenção a instruções verbais/ tem baixa compreensão da linguagem falada.

Pistas visuais, estruturação do ambiente,
rotina previsível, apoio concreto nas regras e
informações importantes.

Baixa resistência a frustração (desiste facilmente e pode ficar agressivo se não consegue realizar determinada atividade).

Estruturação de jogos e atividades
(visualização de seu início, meio e fim),
aprendizagem com níveis de ajuda, inclusão
de pausas com atividades do interesse da
criança. 
Distração

Controle dos estímulos que favoreça a dispersão, estruturação da rotina, atenção individual. 
Insistência em realizar atividades restritas e de seu próprio interesse / baixa socialização

Conduzir a rotina abrindo espaço para as
atividades de interesse em momento oportuno
(após a realização das atividades coletivas). 
Dificuldade de organização
Estruturação do ambiente e das atividades;
pistas visuais, ordenação entre atividades e
pausas.


Referência: http://diversa.org.br/uploads/gestao_publica/caderno_pedagogico_autismo.pdf

quarta-feira, 23 de abril de 2014

Surdocegueira e Deficiências Múltiplas



Denomina-se surdocego àquele que possui dificuldades visuais e auditivas, independentemente da sua quantidade. Segundo OLSON(1995):

“Uma pessoa que tenha dificuldades visuais e auditivas de um grau de tal importância, que esta dupla perda sensorial cause problemas de aprendizagem, de conduta e afete suas possibilidades de trabalho, é denominada surdocega”

        Dessa forma a surdocegueira pode ser congênita quando a criança nasce surdocega ou adquire a surdocegueira nos primeiros anos de vida, antes da aquisição de uma língua. Ou ainda adquirida, que ocorre quando a pessoa ficou surdocega após a aquisição de uma língua, seja oral ou sinalizada. E o conhecimento de mundo da pessoa surdocega se faz pelo uso dos canais sensoriais proximais como: tato, paladar, olfato, cinestésico, proprioceptivo e vestibular.
          Já a Deficiência Múltipla é caracterizada por um conjunto de duas ou mais deficiências associadas, de ordem física, sensorial, intelectual, emocional ou de comportamento social.
          É relevante destacar que não é o somatório dessas alterações que caracterizam a múltipla deficiência, mas sim o nível de desenvolvimento, as possibilidades funcionais, de comunicação, interação social e de aprendizagem que determinam as necessidades educacionais das pessoas com deficiência múltipla.
          No que diz respeito às necessidades básicas dos alunos com surdocegueira ou com deficiência múltipla, destacamos a comunicação que é de suma importância para o desenvolvimento global do aluno, a organização espacial e estrutural da escola precisa ser planejada com foco no aluno supracitado, e ainda o trabalho pedagógico que favoreça a existência das interações sociais e a aquisição do esquema corporal, que também é de extrema importância para a inclusão escolar e social desses alunos.
          Dentre as estratégias indicadas para o atendimento de alunos com surdocegueira ou com Deficiência Múltipla destacamos:


  •      As técnicas mão sobre mão (a mão do professor é colocada em cima da mão do aluno, de forma a orientar o seu movimento, o professor tem o controle da situação), ou mão sob mão (a mão do professor é colocada em baixo da mão do aluno, de modo a orientar o seu movimento, mas não a controla, convida a pessoa com deficiência a explorar com segurança).

*     A exploração e o uso de resíduos sensoriais existentes e da antecipação de informações.

*     Precisam aprender através de rotinas organizadas.

*     Uso da caixa de antecipação, que é qualquer objeto que permita guardar os objetos de referências de pessoas, ações, locais que começam a ter significado para a criança.


*     Uso dos objetos de referência, que são objetos que têm significados especiais associados a eles, e servem para comunicar sobre diversas situações (atividades, horários, qualificadores, lugares, pessoas etc.)




*     Exploração de pistas que podem ser: de contexto, pistas de movimentos e pistas táteis, que representam aspectos da comunicação básica.
*     Uso de calendários que são instrumentos que favorecem o desenvolvimento da noção de tempo e que ajudam os alunos a estabelecer e compreender rotinas, além da aprendizagem de conceitos temporais abstratos e na ampliação de vocabulário.



domingo, 16 de março de 2014

A Educação Escolar das Pessoas com Surdez

De acordo com Damázio e Ferreira (2010):

Não vemos a pessoa com surdez como o deficiente, pois ela não o é, mas tem perda sensorial auditiva, ou seja, possui surdez, o que a limita biologicamente para essa função perceptiva. Mas, por outro lado, há toda uma potencialidade do corpo biológico humano e da mente humana que canalizam e integram os outros processos perceptuais, tornando essa pessoa capaz, como ser de consciência, pensamento e linguagem. 
  
Nessa perspectiva, urge a desconstrução de concepções errôneas acerca da pessoa com surdez, de suas condições de aprendizagem, de suas potencialidades e principalmente das práticas pedagógicas desenvolvidas contrárias a inclusão escolar dos alunos surdos. Visto que, os surdos possuem o seu cognitivo preservado e são capazes de aprender e de freqüentar o ensino regular; o que são necessárias são as condições adequadas para tornar o ambiente escolar favorável à aprendizagem dos mesmos.
Observando a história da educação escolar dos surdos, percebe-se a existência de três tendências: o oralismo, a comunicação total e atualmente o bilingüismo. Os dois primeiros negam a língua natural das pessoas com surdez e provocam perdas consideráveis nos aspectos cognitivos, sócio-afetivos, lingüísticos, político e culturais e na aprendizagem desses alunos. Já o bilinguismo, visa capacitar a pessoa com surdez para a utilização de duas línguas no cotidiano escolar e na vida social.

Ainda segundo Damázio e Ferreira (2010):

Rompemos com o paradigma da dicotomização entre oralistas e gestualistas, e colocamos em cena a pessoa com surdez na concepção pós-moderna, como a caracterizamos anteriormente, vemos que a tendência bilíngüe se torna um território que se desterritorializa a clausura dessa pessoa, sob a ótica multicultural. Porém, ao pensar a abordagem bilíngue para a educação linguística da pessoa com surdez, deslocamos o lugar especificamente linguístico e a tratamos com outros contornos: a LIBRAS e a Língua Portuguesa, em suas variantes de uso padrão, ensinadas no âmbito escolar, devem ser tomadas em seus componentes histórico-cultural, textual, interacional e pragmático, além de seus aspectos formais, envolvendo a fonologia, morfologia, sintaxe, léxico e semântica.


Dessa forma se faz necessário a oferta de uma educação bilíngue, no qual o foco não seja apenas a língua em si, mas a existência de ambientes educacionais estimuladores, que desafiem o pensamento e exercitem a capacidade perceptivo-cognitiva do aluno com surdez. Para tanto o ensino regular e o atendimento educacional especializado se complementam, e as redes de ensino para serem de fato inclusivas precisam se organizar para a oferta desses dois serviços da forma como está previsto na legislação nacional acerca da educação das pessoas com surdez.
No que diz respeito ao AEE para pessoas com surdez, são previstos três momentos didáticos pedagógicos:
 O AEE em Libras que ocorre diariamente, em horário contrário aos da sala de aula comum. Nesse atendimento, o professor acompanha o plano de conteúdo oficial da escola de acordo com a série ou ciclo que o aluno está cursando. A organização didática do espaço de ensino é rica em imagens visuais e de todos tipos de referências que possam colaborar com o aprendizado dos conteúdos curriculares.


AEE em Libras, professor explicando termos científicos do contexto e dos conteúdos curriculares oficiais.
A mesma sala da figura anterior. Agora com os alunos à frente da mesa maior onde encontra-se a maquete. Ao lado da mesa e maquete maiores, duas maquetes menores, cada uma em uma mesa. Alunos e professores interagindo através da Libras. Ao fundo, a parede com as imagens.


O AEE de Libras se inicia com o diagnóstico do aluno e ocorre de acordo com a necessidade, em horário contrário aos das aulas, na sala de aula comum. Esse trabalhado é realizado pelo professor e/ou instrutor de libras (preferencialmente, por profissionais com surdez), de acordo com o estágio de desenvolvimento da língua de sinais em que o aluno se encontra. O atendimento deve ser planejado com base no diagnóstico do conhecimento que o aluno tem a respeito da língua de sinais.


AEE de Libras. Sala do AEE. Professora e aluno, ambos de pé. Professora segura um cartaz com imagens. 
Aluno participando da aula ao lado do cartaz.Ao fundo, lousa com outras  imagens.

E por último o AEE de Língua Portuguesa, fundamental para que o aluno com surdez consiga se comunicar na língua portuguesa na modalidade escrita, visto que, a mesma é a língua majoritária no nosso país. Este momento é caracterizado pelo desenvolvimento da competência gramatical ou linguística, bem como a textual, para que as pessoas com surdez sejam capazes de gerar sequências linguísticas bem formadas. O atendimento deve ser planejado a partir do diagnóstico do conhecimento que o aluno tem a respeito da Língua Portuguesa e desenvolvido por um professor graduado em Letras.



AEE para o ensino da Língua Portuguesa. Aluno sentado utilizando a mesa, escrevendo no caderno com lápis. Ao fundo, mesas com diversos livros.

sexta-feira, 7 de fevereiro de 2014

Plano de Ação Pedagógica para alunos com DI

Caros colegas de profissão, 

Gostaria de compartilhar com todos o Plano de Ação que elaborei como Trabalho de Conclusão do Curso: Tecnologias de Informação e Comunicação Acessíveis, da UFGRS. Acredito que é muito interessante para desenvolvermos com os nossos alunos com deficiência intelectual.

Plano de Ação Pedagógica

1. Título

Plano de Ação Pedagógica para alunos com deficiência intelectual.

2. Localização

Sala de Recursos da UEB Drª Maria Alice Coutinho

3. Tema

O presente projeto tem por finalidade oportunizar a vivência de atividades que estimulem as habilidades cognitivas, psicomotoras e sociais de alunos com deficiência intelectual.

4. Objetivos

·                    Estimular o desenvolvimento de habilidades cognitivas, tais como: memória, percepção, atenção, concentração, tolerância e raciocínio lógico prejudicadas pela deficiência intelectual.
·                    Aprimorar as habilidades psicomotoras através de atividades lúdicas e do uso de material concreto, facilitando o aprendizado.
·                     Desenvolver a linguagem oral e escrita, utilizando os recursos tecnológicos visando à maior participação do aluno nas atividades propostas.
·                    Incentivar o cumprimento de regras através da experiência com os jogos.



5. Justificativa
        
Sabemos que a deficiência intelectual caracteriza-se pela existência de um coeficiente de inteligência abaixo da média e que a mesma possui vários fatores causadores, tais como: conseqüências de má formação genética, contaminação por vírus durante o período de gestação,  problemas na gestação ou durante o parto, falta de oxigênio no cérebro do recém nascido, dentre outras.
        Destacamos que apesar das diferentes causas da deficiência intelectual, as limitações são as mesmas: déficit de memória, de raciocínio lógico, de representações mentais, dificuldades de percepção, atenção, concentração, tolerância e atrasos na linguagem, além de dificuldades psicomotoras, que se manifestam em diferentes níveis nos indivíduos: deficiência intelectual leve, moderada, grave e severa.
        É relevante ressaltar que estudos da neurociência e também práticas pedagógicas inclusivas bem sucedidas, afirmam que, quanto mais estímulos as pessoas que possuem necessidades especiais recebam, melhor será o seu desenvolvimento.
      Nessa perspectiva e levando em consideração as características observadas no aluno Ìtalo Silva, durante a realização do estudo de caso. Propomos este Plano de Ação Pedagógica que norteia as ações desenvolvidas durante os atendimentos especializados do aluno supracitado na sala de recursos, tendo a tecnologia como suporte.  
   

6. Metodologia

As atividades previstas serão aplicadas na Sala de Recursos da UEB Drª Maria Alice Coutinho, durante os atendimentos dos alunos com deficiência intelectual individualmente e serão instrumentalizadas por computador e internet.

7. Recursos

Os recursos utilizados serão os computadores e/ou notebook da sala de recursos e a internet também já existente na escola.
No que diz respeito às ferramentas adquiridas durante o Curso de Formação Continuada de Professores em Tecnologias de Informação e Comunicação Acessíveis, serão utilizadas:
  • Recursos de internet acessíveis:
1-Mousekey→ Teclado Virtual Silábico-Alfabético, que possui letras e padrões silábicos em torno de cada letra, com o objetivo de possibilitar a escrita de pessoas com dificuldades motoras, através do computador. 
2-Fábrica Fantástica→ é um sistema que usa a metáfora de uma "Fábrica Fantástica" que convida (através de um personagem) e estimula a criança no desenvolvimento de atividades que envolvem a realização de atividades lúdicas, no âmbito de desenvolvimento de dimensões cognitivas.
3- Navegação em sites infantis com atividades de estimulação cognitiva: Disney júnior, smartkids, recreio, clube kids, jogos educativos e picolé digital.
4-Paint→ Software que possibilita a criação de desenhos e a exploração de cores, além da edição de imagens.
  • Exploração de objetos de aprendizagem:
1- Atividades que envolvam a Rádio CHC e vídeos do You Tube, objetivando diversificar e ampliar os conhecimentos do aluno e aumentar o tempo de atenção e tolerância do aluno.

8. Cronograma








As atividades do projeto serão aplicadas durante todo o ano letivo de 2014, organizadas durante os atendimentos individualizados realizados duas vezes por semana, por um período de duas horas, na sala de recursos.







9. Acompanhamento dos Resultados

Será efetivado através da observação da participação do aluno nas atividades propostas e ainda registrado por meio de caderno de registro e produção de relatórios trimestralmente.